A Conectividade do Oceano


A principal característica do Oceano é sua conectividade com todo o resto do planeta Terra.

O próprio Oceano é o conjunto de cinco grandes corpos de água interligados e altamente conectados, que também recebem cada um o nome de Oceano. São eles: Pacífico, Atlântico, Índico, Antártico e Ártico. O Oceano cobre aproximadamente 71% e contém 97% da água da Terra. São 361 milhões de km2 de área e 1 trilhão de litros da água.

O clima, os padrões climáticos, o ciclo do carbono e o ciclo da água na Terra são influenciados diretamente pelo Oceano, que é um enorme reservatório de calor.

O fato de o Oceano armazenar 94% do calor da Terra, muito mais que os continentes, o gelo ou a atmosfera, faz dele o regulador do clima no planeta. Isso ocorre porque a água absorve e perde calor mais lentamente do que as massas de terra. Sem o Oceano, o clima da Terra seria muito mais frio.

A maior parte da água evaporada, que, ao se condensar, forma nuvens que liberam sua umidade como chuva ou outros tipos de precipitação, vem do Oceano. Esse processo se chama ciclo da água e mantém a vida na Terra.

A quantidade de carbono no Oceano é 50 vezes maior do que a da atmosfera, pois ele absorve 25% das emissões de dióxido de carbono por meio de processos físicos e químicos. Os organismos vivos do Oceano sequestram grandes quantidades de carbono nas águas oceânicas profundas, exercendo papel fundamental no ciclo natural do carbono.

Metade da produção mundial de oxigênio vem do Oceano, produzido por algas e microrganismos marinhos, como as cianobactérias. Esses seres vivos são responsáveis, no Oceano, pela “mágica da vida”: a fotossíntese. Eles usam energia luminosa retirada do sol para converter dióxido de carbono (CO2) e água em açúcar. Durante esse processo, o oxigênio (O2) é produzido e liberado no ambiente. As cianobactérias foram os primeiros organismos a realizar fotossíntese na história da Terra, 3,5 bilhões de anos, e foram responsáveis diretas pela mudança na atmosfera do planeta que permitiu o surgimento de outras formas de vida.

Do seu profundo interior, o Oceano recebe continuamente o magma. No meio do Oceano Atlântico, esse magma, ao se solidificar em contato com a água, forma montes e montanhas submarinas, afastando a América do Sul da África cerca de 3 cm por ano. Para o interior da Terra, o Oceano envia parte de sua crosta, como na costa da América do Sul banhada pelo Oceano Pacífico.

As águas interiores dos continentes levam sedimentos e nutrientes para nutrir o Oceano, como ocorre com as cachoeiras de Foz do Iguaçu, que alimentam o Oceano por meio do Rio da Prata e são responsáveis pela grande produtividade pesqueira da Argentina, do Uruguai e do Rio Grande do Sul.

A poeira das areias do deserto do Saara que não cai ao atravessar o Oceano Atlântico, adubando suas águas, chega à Floresta Amazônica, fertilizando aquelas terras que depois vão escoar pelo rio para o Oceano, enriquecendo de nutrientes a região e possibilitando a vida dos recentes descobertos Recifes de Corais na Foz do Rio Amazonas, além de contribuir com riqueza dos manguezais da Região Norte do Brasil e a biodiversidade do Mar do Caribe.

Os sais que dão ao Oceano a salinidade média de 35%0, isto é, 35 g de sal para cada litro, vêm do interior da Terra, ou do interior dos Continentes, e vão para dentro dos humanos, passando pelas Salinas e pratos do mundo todo.



Foto 01: O espetáculo da Foz de Iguaçu no Parque Nacional de Iguaçu/ICMBio (PR)



Foto 02. A magnitude do Rio Amazonas ao entardecer