Projeto Golfinho Rotador e escola de Noronha realizam atividade para alunos de Geografia

Escrito em 21/10/2021
Projeto Golfinho Rotador

Sorry, this entry is only available in Português do Brasil.

No dia 27 de agosto, o Projeto Golfinho Rotador (PGR) e a Escola Arquipélago de Fernando de Noronha (EREFEM) realizaram uma atividade de campo para alunos de Geografia. Atendendo a uma demanda do professor Ronald dos Anjos Silva, pesquisadores do PGR – que é patrocinado pela Petrobras – auxiliaram o docente numa atividade externa com seus alunos, para falar sobre a geologia da Ilha. O objetivo era explicar aos estudantes sobre a origem de Fernando de Noronha, sobretudo sua formação vulcânica. “O apoio do PGR foi fundamental nessa nossa atividade, para explicar às crianças sobre o surgimento do nosso Arquipélago e suas origens vulcânicas”, disse Ronald. “É muito importante repassar esse tipo de conhecimento aos nossos alunos. Quero agradecer ao pessoal do PGR por sempre estar disposto a colaborar com a formação dos nossos estudantes”. A atividade contou com a participação de estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental II.

Esse trabalho de campo teve como destino principal o local conhecido como “Ponta do Air France”, na extremidade nordeste de Noronha, região que permite de forma didática a observação das diferentes formações rochosas que compõem o Arquipélago. Durante a expedição, os alunos foram esclarecidos sobre a história geológica de Fernando de Noronha, bem como a idade e os diversos eventos ocorridos pelos últimos 12 milhões de anos. A atividade teve início com uma roda de conversa a respeito do mecanismo de atividades vulcânicas e “hot spots”, para desmistificar a ideia de que Noronha foi um vulcão. “Hot spots” – “lugares quentes”, em inglês – é o termo utilizado para descrever o tipo de fenômeno que deu origem a ilhas vulcânicas, como o Havaí, no Oceano Pacífico, e Fernando de Noronha, no Atlântico. Os alunos aprenderam que esses dois arquipélagos são pontos de anomalia termal no centro da Terra, que permite o extravasamento de magma no interior de placas tectônicas, diferente da maioria dos vulcões que são encontrados nas bordas das placas, em regiões convergentes (80%) e divergentes (15%).
Utilizando binóculos, os estudantes puderam visualizar as curiosas formas das rochas de diferentes composições geológicas, como a Selagineta e o Morro do Pico, que são representantes da formação Remédios (a mais antiga, com idade entre 8 e 12 milhões de anos), o Morro São José (do último ciclo vulcânico, entre 3,3 e 1,5 milhões de anos atrás) e a Enseada da Caieira de formação Caracas (a mais recente ocorreu entre 1,8 milhão e 10 mil anos atrás), que são depósitos sedimentares. Os alunos também utilizaram lupas para observar, em detalhes, as composições das rochas, como o “dunito”, um raro mineral que emergiu das profundezas da Terra e hoje é possível encontrá-lo bem abaixo dos nossos pés.

Melhor Expedição do Mundo

Encantados com a experiência, os estudantes aprovaram a atividade. “Essa foi a melhor expedição do mundo”, disse o aluno Lowen Tamberg. Outra que também ficou muito animada com a programação de campo foi Emilly Dantas. “Aprendi coisas que não sabia, como o fato de que Noronha não é um vulcão, e sim um “ponto quente”, um “hot spot”, ela afirmou. Para a bióloga Melyna Lyra, pesquisadora e educadora ambiental do PGR, “mostrar aos jovens moradores da Ilha como é a formação do local onde eles vivem ajuda a despertar o amor por Fernando de Noronha, além de contribuir para que tenhamos adultos que lutem pela conservação ambiental do Arquipélago”. O biólogo e pesquisador do PGR, Rafael Pinheiro também avaliou a atividade como positiva. “Saídas de campo desse tipo são interessantes para despertar ainda mais a curiosidade nos alunos. Hoje, muitos deles descobriram que os nomes das vilas da Ilha fazem alusão à idade da formação geológica do Arquipélago”, destacou Rafael.